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1/4/201604:09:45

Abelhas africanas são retiradas do Silo Jaguaré


Ação, promovida pela Coordenadoria de Sustentabilidade, faz parte do trabalho de preservação do meio ambiente na CEAGESP

Há mais de um ano instaladas no estacionamento do Silo Jaguaré, na zona oeste de São Paulo, elas acabam de ganhar uma nova moradia, mais adequada inclusive ao seu habitat. A retirada, que foi cuidadosa e seguindo os padrões estabelecidos nesses casos, ocorreu de maneira pacífica.

Devidamente equipado, o que inclui cuidado especial com a vestimenta, o geógrafo Luciano Legaspe, que tem mestrado na área ambiental, é um dos poucos funcionários da CEAGESP capacitados a esse tipo de missão, que costuma causar certo pânico nas pessoas.

Ele foi o responsável pela remoção de um enxame com cerca de 60 mil abelhas africanas, que havia no local. A ação, realizada em duas etapas e em dias diferentes, integra o trabalho de preservação do meio ambiente promovido pela Coordenadoria de Sustentabilidade (CODSU) da empresa.

POLINIZAÇÃO – Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que os animais polinizadores (aves, morcegos, abelhas e demais insetos) são essenciais no ciclo de desenvolvimento de frutas, verduras e cereais.

A atividade dessas espécies representa 35% de toda produção agrícola mundial, o equivalente a cerca de US$ 580 bilhões por ano. É justamente essa a maior preocupação atual. Boa parte delas está ameaçada de extinção, principalmente as abelhas selvagens.

De acordo com levantamento da ONU, a redução ou, pior, a eliminação desses animais afetará gravemente o cultivo de alimentos em todo o planeta, com quedas significativas no estoque e consequente elevação dos preços. Tal situação prejudicará especialmente a população mais pobre.

No Brasil, é proibido, pela Lei de Crimes Ambientais, matar abelhas. Para cumprir a legislação, a CODSU, que está à frente das iniciativas de sustentabilidade e de responsabilidade social praticadas na CEAGESP, trabalha inclusive na elaboração de normas específicas para orientar ações como a ocorrida recentemente.

CAPTURA – A captura e remoção das abelhas africanas no Silo Jaguaré teve uma logística de preparação, que contou inicialmente com a análise da previsão do tempo para verificar a ocorrência ou não de chuva, o que inibe o trabalho.

Houve também a checagem do dia da semana de menor movimentação no lugar. Uma vez definidas essas duas questões, todos os departamentos envolvidos foram avisados: Corpo de Bombeiros, Departamento de Armazenagem (DEPAR), Seção de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), Coordenadoria de Governança Corporativa (CODGO), Departamento de Administração de Recursos Humanos (DEARH) e Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).

O processo de captura começou às 7h de uma quinta-feira. Com equipamentos de proteção individual (EPIs), como roupa de apicultor, fumigador (aparelho que gera e lança gás ou vapor nas abelhas para acalmá-las) e caixa de captura, Luciano Legaspe deu início à ação.

Com capacitação técnica reconhecida feito junto à Associação Paulista de Apicultores Criadores de Abelhas Melíficas Europeias (APACAME) e cursos extras no exterior, ele abriu a tampa do local em que estava o enxame e fez a fumigação. Com o caixote de madeira já montado, após um tempo cortou vários favos em que estavam as abelhas e os colocou dentro.

Passados mais alguns minutos, o que se começou a ver foi a caminhada das abelhas em direção à caixa. “Elas vão atrás da rainha. O procedimento de captura é realizado nesse horário por se tratarem de insetos de vida diurna, que não trabalham à noite. Mesmo quando as estamos apanhando, elas não param, ficam buscando comida para o enxame. Por isso o serviço é feito em duas etapas e remoção final só acontece no momento em que todas estão aprisionadas na caixa”, explica.

Segundo o “homem-abelha”, esse processo não pode ser realizado à noite devido à atração das abelhas pela luz: “Se começar a captura à tarde e não terminar até escurecer, pelo fato de estarem sendo manipuladas, o que as deixa bravas, elas vão se desagrupar e se dirigir ao primeiro ponto de iluminação que notarem. Caso isso ocorra, criam-se inúmeros outros problemas que terão de ser resolvidos. Daí que a captura se faz logo cedo e a remoção, em períodos escuros.”

REMOÇÃO – A retirada do enxame ocorreu somente no dia seguinte, sexta-feira, por volta das 5 horas. Vestido novamente de maneira correta para a ocasião, Luciano Legaspe conferiu se os insetos estavam dentro da caixa de captura. Uma vez feita a verificação, fechou o caixote e o carregou até o carro. Após retirar a roupa de apicultor, partiu imediatamente rumo à sua propriedade rural, que é cadastrada junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para soltura das abelhas. “Faço isso para que elas não sejam mortas”, explica.

De acordo com o especialista, a remoção e, principalmente, a locomoção precisam ser o mais rápido possível para que os insetos não fiquem estressados e, assim, enfurecidos com a situação. Além do registro de captura, Luciano Legaspe é apicultor devidamente legalizado e tem licença do Ministério para realizar esse tipo de transporte.

“Estou sempre pronto para contribuir nesse tipo de tarefa por entender ser necessário acabar com eventuais matanças irregulares desses insetos, que são importantíssimos para a preservação do meio ambiente e da própria produção agrícola. Não é à toa que me preparei profissionalmente para esse tipo de ação, atendendo toda a legislação vigente, tornando-me técnico habilitado ao serviço”, diz o “homem-abelha” da CEAGESP.

Confira a seguir, na galeria de imagens, como foi o processo de captura e remoção do enxame de abelhas africanas promovido no Silo Jaguaré.

 




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